Eu e minha Princesa.......

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Entrevista com Dr. Carlos Magno - 18/09/2012

O Blog Cartão Vermelho se antecipa e realiza a primeira entrevista com Dr. Carlos Magno advogado de Alair Corrêa após indeferimento de seu registro de candidatura pelo TRE-RJ.

Segundo Dr. Carlos Magno nos passou em entrevista por telefone a situação é muito tranquila para o candidato Alair Corrêa e será revertida em breve. Dr. Carlos Magno ainda afirma que conseguiu o mais difícil que seria livrar Alair de todas as acusações de seus adversários e que o TRE-RJ se ateve apenas à questão documental, fundamento que fere norma do próprio TSE.

“TRE INDEFERE REGISTRO DE ALAIR TÃO SOMENTE POR CERTIDÕES” – afirmou Dr. Carlos Magno

Vamos finalmente a entrevista:

Blog CV:Como o doutor vê o resultado do julgamento?

Dr. Magno: Um pouco surpreso, mas decisão judicial não se comenta, se recorre. E é o que eu já estou fazendo.


Blog CV:Como fica a situação do candidato Alair?

Dr. Magno: Normal. Continuará sua campanha, terá seu nome nas urnas e será diplomado, já que acho que vai ser eleito.


Blog CV:Por que tanta tranqüilidade?

Dr. Magno: Porque a decisão do TRE fere a Resolução 23.373, que em seu artigo 32 determina que o candidato, caso suas certidões estejam incompletas, tem que ser intimado para em 72 horas suprir a falta, o que não ocorreu.

Além do mais, o Cartório Eleitoral, o Ministério Público Eleitoral, o Juiz e mais 2 Desembargadores afirmaram que Alair apresentou todas as certidões exigidas.
Como se não bastasse, Alair não tem qualquer condenação criminal, fim a que se destina as certidões.


Blog CV:Mas a situação é tão simples assim?

Dr. Magno: Mais do que você pensa. Além do que expliquei acima, no dia de ontem foi publicada uma decisão do Ministro do TSE Arnaldo Versiani deferindo o registro de um candidato de Magé por entender que o TRE do Rio não poderia exigir certidão de inteiro teor criminal, fato que foi utilizado para indeferir Alair.


Blog CV:Então, Dr. Magno, a situação é a mesma?

Dr. Magno: Não, a de Alair é melhor, pois sequer foi intimado. No caso de Magé o candidato foi intimado e em 72 horas não apresentou tais certidões. Mesmo assim, recorreu ao TSE e teve seu registro deferido, já que o TSE entendeu que o TRE do Rio não pode exigir certidão de inteiro teor criminal como fez com Alair.


Blog CV:Por que o TRE não seguiu essa decisão?

Dr. Magno: Não sei, ela foi publicada no dia de ontem. Inclusive a entreguei por memoriais ao Desembargador que a leu na sessão e a utilizou para justificar o seu voto favorável a Alair.


Blog CV:Mas mesmo assim o TRE indeferiu o registro?

Dr. Magno: Sim, mesmo assim mantiveram o indeferimento de Alair, que não me cabe, como disse, comentar, mas sim respeitar e recorrer.


Blog CV:Quais são as chances de ganhar no TSE?

Dr. Magno: Diante do que disse acima e pelo fato de Alair não ter qualquer condenação criminal, juridicamente não vejo a mínima possibilidade de perder.
A decisão do TRE contraria as normas e decisões do TSE.


Blog CV:Você acha que foi uma decisão política?

Dr. Magno: Pra mim, todas as decisões dos Tribunais são jurídicas. E é pelo ângulo do direito que analiso e recorro de tais decisões.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Pará, amigos e boa pescaria.




Quando alguém fala em viajar, ir para longe, principalmente para fazer coisas que gostamos muito (no meu caso uma boa pescaria no Pará é imbatível), muitos pensam em – saída e chegada – pois a pressa do nosso cotidiano as vezes nos impede de planejar, ou até de procurar um percurso mais longo. O objetivo é apenas a chegada. Mas o que pouca gente sabe, é que o verdadeiro prazer de uma viagem com família e amigos, está nos preparativos, no percurso, nas paisagens, na boa conversa que só uma estrada longa pode proporcionar. Quantos churrascos e latas de cerveja são consumidas semanas antes no planejamento, mesmo que não haja nenhuma novidade para ser dita, a simples proximidade do dia marcado já é motivo para reunir a turma e acender o braseiro. E quando chega a véspera então.... aí nem se fala. Ninguém dorme direito e a sensação de que está esquecendo alguma coisa é sentida por todos. Na hora “H”, descobrimos que a bagagem não cabe no carro, e tem sempre um condenado que esquece alguma coisa em casa, só pra atrasar.

Mas finalmente saímos, a empolgação inicial é total, todos querem falar sobre tudo, mas a vontade geral é de que as paisagens urbanas acabem logo, que entremos no estradão. Quando eu ainda viajava no banco de trás, nas várias viagens que fiz com meu pai para a região Norte, a nossa diversão no meio da noite era ver quem via bichos na estrada, ficávamos vigiando o brilho dos olhos de algum animal aparecer depois da próxima curva. Hoje as estradas estão mais movimentadas, com menos matas nas margens e os bichos estão cada vez mais raros. Mas mesmo assim os prazeres de uma longa viagem de carro são indescritíveis, como descrever o prazer de um café com leite e um pão de queijo quentinho em algum lugar do interior de Minas as 7:00 da manhã? Ou uma parada na Barraca do Robertinho na BR-040, onde o cheiro de pinga boa se mistura com o do mel e do pequi? Ou um final de tarde com o por do Sol na Região de Serra da Mesa – GO.? Isso sem falar na parada noturna para provar um belo empadão goiano. E fotos.... muitas fotos. Parece que queremos preservar cada momento. Fotos essas que também serão motivo de muito churrasco e cerveja depois da volta pra casa. Entre uma briga e outra dos filhos dá até pra ter um momento de silêncio, onde você pode realmente imaginar se aquela reta da Belém-Brasília não vai acabar nunca. E para coroar isso tudo, chegar na divisa de Tocantins com o Pará no final da tarde, embarcar o carro na balsa e sentar para ver o primeiro por do sol no Araguaia. Daí pra frente, aceleramos um pouco (dentro do que a estrada permite) para satisfazer os amigos que estão ligando e perguntando se estamos indo de ré, pois não chegamos “nunquinha”. 

Depois da chegada, reencontro com os amigos que moram lá, alguns que considero verdadeiros irmãos, cerveja e churrasco (pra variar), mais um dia inteiro de viagem por estradas, na sua maioria de terra, e a chegada no local da pescaria. Pode ser o Tocantins, o Teles Pires, o Suiá-Missú, mas minha grande paixão é o Araguaião. Mas na companhia da “cumpanheirada” certa, qualquer lugar vira o paraíso. Desarrumamos os carros, sentamos na margem, olhamos os biguás e martim-pescadores nas margens esperando algum lambarí desavisado. Longe um bando de guaribas começa sua sinfonia de fim de tarde, um casal de botos sopra a superfície procurando o jantar. A lua tá começando a aparecer por trás da mata na outra margem e o sol já não aparece mais. Um gole longo na cerveja, uma vontade que o dia de voltar não chegue nunca, e um dos amigos que vieram pela primeira vez quebra o silêncio: “É Will, realmente é o céu mais estrelado que já vi”...... Se tivesse um pouquinho de claridade eu jurava que ele estava com os olhos cheios d’água.


Para Cláudia, Igor, Nanda, Felipe, Juninho, Newton, Romano e Lucas, Joãozinho e Elenice . “Cumpanheirada” da última viagem, “cumpanheiros” de verdade.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

BACABA - Memórias de um Guerreiro de Selva da Guerrilha do Araguaia

Guerrilha do Araguaia: Leia o livro BACABA


Livro Bacaba - Guerrilha do Araguaia‏

Senhores amigos Militares e civis, BOM DIA!

Sou Segundo Tenente Infante José Vargas Jiménez da Reserva Remunerada, Guerreiro de Selva nr 702 e estive combatendo os Guerrilheiros do PC do B no Araguaia, junto com CURIÓ, na época ele era Capitão Sebastião Rodrigues de Moura, quando eu era Terceiro Sargento do Exército e Comandava dez homens.

Me ajudem a divulgar a verdadeira História da Guerrilha do Araguaia e também o seu conteudo que serve de orientação aos militares profissionais que um dia poderão participar de uma guerra ou guerrilha como eu participei. Ser Comandante de Grupo de Combate, Pelotão, Companhia, Batalhão, Regimento, Brigada, Região Militar, Comando Militar e Comandante do Exército pelo Estatuto Militar e Regulamento é HIERÁRQUIA e DISCIPLINA, no entanto ser LÌDER, conquistando seus subordinados numa GUERRA é completamente diferente. Os que possuem posto e graduação tem que saber disto, senão, não conquistarão os seu subordinados numa guerra onde a vida de um depende do outro. Nesta guerrilha que participei meus comandados (Grupo de Combate), houve até um caso narrado no livro onde eles dizeram que matariam um capitão que estava comandando o meu grupo junto comigo no meio da selva (CURIÓ), (Hoje ele é Tenente Coronel aposentado como eu (Tenente)) caso ele engrossase comigo, após uma pequena DISCUSSÃO. Aí eu pude constatar que os havia conquistado.

Segue abaixo uma repercusão de meu livro e resumo de seu conteúdo.

Lhes informo que fiz a segunda edição de meu livro e agora estou fazendo o segundo : BACABA II, o qual pretendo lançar em Setembro de 2010, antes da eleições a Presidente da República.

Como ninguém me patrocinou por meu livro ser polêmico, vou necesitar da ajuda dos senhores para que me ajudem a divulgar o meu livro, para conseguir verbas e lançar este segundo livro.

Neste livro Bacaba II, irei narrar o resto da História Verdadeira da Guerrilha do Araguaia (1972/1974) e as repercusões do primeiro livro Bacaba, a qual foi muito grande, tendo me levado ao Congresso Nacional (Câmara dos Deputados Federais) a três Audiências Públicas. A primeira na Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, a segunda na Comissão de Direitos Humanos e a terceira na Comissão Especial de Anistia a qual libera verbas aos terroristas/comunistas e famílias e, prá nós militares que lutamos para ter esta DEMOCRACIA que têmos hoje no BRASIL, não liberam NADA, ao contrário vivem nos ameaçando querendo acabar com a Lei da ANISTIA.

Nesta última audiência, fui ameaçado de morte pela platéia (família dos guerrilheiros) e, pela Comissão, ameçado de ser processado como torturador e preso por ter lutado contra os guerrilheiros do PC do B. Tive que ser retirado pelos seguranças pela porta dos fundos do Congrssso Nacional.

Nesta Audiência Pública levei os dossiês dos Ministros e Parlamentares do Govêrno "LULA" que na época dos anos 60 e 70, eram TERRORISTAS/COMUNISTAS, pois assaltavam, sequestravam, assassinavam, explodiam bombas e justiçavam os brasileiros que lutavam contra o Comunismo no Brasil, defendendo o Regime Militar.Os dossiês que levei e entreguei ao Presidende da Audiência Pública da Comissão especial de Anistia, Deputado Daniel Almeida do PC do B foramos de:

- TARSO GENRO, cujos codinomes na clandestinidade eram: "Carlos" e "Rui"; PAULO VANNUCHI, era militante da Ação Libertadora Nacional (ALN); DILMA ROUSSEFF,cujos codinomes na cladestinidade eram "ESTELA", "LUIZA", "PATRICIA" e "VANDA"; CARLOS MINC, codinomes "JAIR" e "JOSÉ"; JOSÉ DIRCEU, codinome DANIEL; JOSÉ GENOINO, codinome "GERALDO" e outros.

Então, neste meu livro BACABA II, irei publicar estes dossiês e tudo que aconteceu nestas três audiências públicas. Tenho tudo gravado para confirmar o que publicarei.

Por último também estive em Bacaba (nossa base de combate no Km 68 da rodovia Trasamazônica) no municipio de Marabá-PA, em Outubro deste ano a convite do Grupo de Trabalho Tocantins (GTT) do Ministério da Defesa, onde mostrei a eles a região (pois o local depois de 36 anos é dificel de reconhecer), onde foram enterrados alguns guerrilheiros mortos em combate na Guerrilha do Araguaia.

Então amigos para adquirir o meu livro autografado e com frete pago pelo correio (registrado) e só solicitar diretamente a mim pelo meu e-mail: jos_vargas@yahoo.com.br. é falado assim: ( jos onderlaine vargas arroba yahoo ponto com ponto br).

Se quizerem saber muito mais a respeito da repercusão grande no Brasil deste meu livro, acessem o site: www.google.com.br e pesquisem o seguinte: Livro bacaba, depois Chico dólar e depois José Vargas Jiménez. Verão que para uns brasileiros sou torturador e assassino porque lutei contra os Terroristas/Comunistas do PC do B que queriam impôr o regime Comunista no Brasil e para outros sou Herói, corajoso, valente, doido, maluco por estar peitando estes Ministros que estão no poder e que querem acabar com a Lei da Anistia.

Deixo a seus critérios este pedido para que me ajudem a divulgar o meu livro.

Respeitosamente.

Tenente Vargas - SELVA - Brasil acima de tudo e Tudo pela Amazônia.


***

BACABA - Memorias de um Guerreiro de Selva da Guerrilha do Araguaia

Autor: José Vargas Jiménez

Número de páginas : 136

Preço: R$ 30,00

Descrição

Você quer saber a História do Brasil que ainda não foi contada sobre como foram EXTERMINADOS e onde estão os guerrilheiros do Partido Comunista do Brasil(PC do B),mortos e desaparecidos, bem como os militares que morreram na Guerrilha do Araguaia,defendendo este regime Democrático que hoje existe no Brasil? Adquirá o livro BACABA - Memórias de um Guerreiro de Selva da guerrilha do Araguaia.

O autor é o Segundo Tenente da reserva do Exército Brasileiro,JOSÉ VARGAS JIMÉNEZ, cadastrado no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), como Guerreiro de Selva número 702, que vivenciou e participou da última fase da Guerra de Guerrilha do Araguaia no Sul do Pará, entre as Forças Armadas (FFAA) do Brasil, particularmente o Exército Brasileiro (Guerreiros de selva e Para-quedistas) e a Força Aérea Brasileira, e os guerrilheiros da Força Guerilheira do Araguaia (FOGUERA) do PC do B,que queriam impôr à força o regime Comunista no Brasi, como fizeram em CUBA, CHINA, RUSSIA, Etc.

Os fatos relatados são ilustrados com documentos Confidenciais e Secretos do Centro de Informações do Exército (CIE), para provar a autenticidade da realidade vivida pelo Tenente Vargas, à época Sargento que elucidam como se desenvolveu esta Guerra de Guerrilha, desde seu planejamento pelo PC do B (1968 - 1972), até o final, quando foram derrotados (exterminados) pelas Forças Armadas do Brasil. Contém também fotos dos guerrilheiros e militarres que morreram nesta operação, bem como de guerrilheiro capturado vivo pelo autor que hoje consta como "desaparecido" no Araguaia. SELVA

quinta-feira, 31 de março de 2011

Vai brincar com poraquê.......



Poraquê (Electrophorus electricus) é espécie de peixe actinopterígio, gimnotiforme, que pode chegar a três metros de comprimento, e a cerca de trinta quilogramas, sendo uma das conhecidas espécies de peixe-elétrico, com capacidade de geração elétrica que varia de cerca de 300 volts a cerca de 0,5 ampère até cerca de 1.500 volts a cerca de 3 ampères.
"Poraquê" vem da língua indígena tupi, e significa "o que faz dormir" ou "o que entorpece", dado às descargas elétricas que produz.
Também chamado de enguia, enguia elétrica, muçum-de-orelha, pixundé, pixundu, pixunxu, ou, simplesmente, peixe-elétrico, embora não seja o único "peixe-elétrico" existente.
Típico da Amazônia (rios Amazonas e Orinoco), bem como dos rios do Mato Grosso, também encontra-se em quase toda América do Sul.

Características

O poraquê ficou conhecido mundialmente por sua capacidade de produzir descargas elétricas elevadas (até cerca de 1.500V, até cerca de 3 ampères, não simultaneamente nesses valores), suficientes para até matar um cavalo, e desperta a curiosidade de muitos pesquisadores. Essas descargas são produzidas por células musculares especiais, modificadas – os eletrócitos, sendo o conjunto deles denominado de mioeletroplacas. Cada célula nervosa típica gera um potencial elétrico de cerca de 0,14 volt. Essas células estão concentradas na cauda, que ocupa quatro quintos do comprimento geral do peixe.
Variam de cerca de 2 mil a mais de 10 mil mioeletroplacas que um peixe-elétrico adulto possui, conforme o seu tamanho. Dispõem-se em série, como pilhas de uma lanterna, e ativam-se simultaneamente, quando o animal encontra-se em excitação, como na hora da captura de uma presa ou para defender-se, fazendo com que seus três órgãos elétricos – o de Sach, o de Hunter e o órgão principal – descarreguem.



A maior parte desta energia expressiva é canalizada para o ambiente, não afetando o indivíduo, o qual possui adaptações especiais em seu corpo, ficando assim como que isolado de sua própria descarga.
Apresenta coloração negra tendente ao chocolate-escuro, salpicada de pequenas manchas amarelas, vermelhas ou branco-sujo, corpo alongado, cilíndrico, e provido apenas de nadadeira anal, que percorre grande extensão do abdome. Há exemplares em que a parte abdominal anterior à nadadeira é vermelha e seus músculos caudais geram descargas elétricas como arma de defesa e também para aturdir os peixes dos quais se alimenta. Necessita vir periodicamente à superfície (a cada oito minutos, em média), para "engolir ar" (respirar).
Embora pareça uma enguia, o peixe-elétrico poraquê é um peixe aparentado com vairão, a carpa e o bagre. Ao contrário destes, porém, ele captura suas presas utilizando descargas elétricas. As descargas elétricas ("choques") podem chegar à tensão elétrica de 1.500 volts, com uma corrente elétrica de até 3 ampères. Isso não significa que haja simultaneidade dos dois valores máximos. Além disso, o valor da corrente é determinado não apenas pela tensão (os volts) "aplicados", mas também pela resistência elétrica do receptor (presa aquática a capturar ou a afastar por ataque, ser humano em encontro eventual, fortuito com o Electrophorus etc.).
O poraquê é capaz de produzir descargas elétricas de magnitude (em tensão) variada, tensão a depender apenas do animal (conforme o tamanho) — arma que usa para se defender e caçar pequenos peixes, bem como para se defender de eventuais ameaças, predatórias ou não.
De certa maneira, o poraquê comporta-se como uma bateria elétrica. Seu pólo negativo está localizado na parte da frente e o pólo positivo na parte de trás do corpo do animal. O choque é mais forte quando ambos os pólos tocam a vítima ao mesmo tempo.
O poraquê não é, porém, o único animal com essa propriedade. Há também a arraia-elétrica (ou treme-treme), encontrada nos mares tropicais, e no rio Nilo existe uma espécie de bagre que também produz descargas elétricas.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Francisco de Barros Junior




Autor da melhor e maior obra sobre caça no Brasil, Francisco de Barros Júnior foi educado no Colégio Jesuíta de Campolide e em Coimbra.

Muito comuns na Inglaterra desde a era vitoriana, as memórias de aventuras vividas não tiveram a mesma sorte na língua portuguesa, pelo menos até o século XX. Pode-se especular sobre as causas: talvez os leitores de português prefiram a ficção às memórias, ou a educação da maioria dos aventureiros falantes de português deixasse a desejar em relação aos seus colegas de língua inglesa (afinal de contas, quase todos os membros do prestigioso Shikar Club eram ex-alunos de Eton ou Harrow, quando não de Cambridge ou Oxford).

Infelizmente para nós, isso fez com que a nossa literatura sobre caça ficasse relegada a segundo plano, porque para se escrever bem sobre caça não basta apenas ser um grande caçador: é também necessário ser um bom escritor. Em Portugal a situação ainda é bem melhor, pois uma educação mais universal, acessível e de qualidade e um mercado editorial mais democrático permitiu que gente como Henrique Galvão, Abel Pratas, José Pardal (e muitos outros) eternizasse e transmitisse às gerações futuras suas experiências.

No Brasil, pelo contrário, é uma lástima: em geral, caça e literatura não andam juntas. Pouquíssimos caçadores põem suas recordações no papel; a maioria das obras existentes tem uma tiragem mínima e uma publicação obscura, e a triste verdade é que na maioria dos casos o autor tem muito mais afinidade com a espingarda do que com a pena.

Felizmente, houve exceções: Synésio Ascêncio, falecido recentemente, era um homem culto e educado e tinha talento como escritor. Mas por mais que o admire (tive a honra de conhecê-lo pessoalmente) tenho que reconhecer que os melhores livros de caça do Brasil são, de longe, os de Francisco de Barros Júnior. Barros Júnior não era apenas um ótimo atirador e caçador e pescador fanático, mas um homem culto, polímata e principalmente um excelente observador, que sabia como ninguém colocar no papel o que via e sentia.

Em parte isso foi culpa dos portugueses: nascido no dia 14 de dezembro de 1883 em Campinas, Estado de São Paulo, no seio de uma rica família da aristocracia rural brasileira, Francisco Carvalho de Barros Júnior foi mandado ainda criança para estudar no Colégio Jesuíta de Campolide, e dali seguiu para estudos (interrompidos) em Coimbra e na França. Como conseqüência, por toda a vida esse brasileiro (por mais patriota que fosse, e o era no melhor sentido) se exprimiria com... um forte sotaque português. E, de quebra, dominaria com tanta facilidade a última flor do Lácio com a mesma desenvoltura com que disparava a sua inseparável Colt Woodsman.

O Colégio de Campolide abrigava na época a nata da sociedade lusitana, e durante uma visita da Rainha o brasileirinho vindo dos confins foi considerado indigno de participar da cerimônia do beija-mão, tendo sido mandado para o pátio do Colégio, sozinho. Pois Dona Amélia de Orleães viu pela janela a silhueta do menino tristonho e isolado, mandou chamá-lo, colocou-o no colo e acariciou-lhe a cabeça, coisa que marcou o futuro escritor para o resto da vida: ao lembrar-se do fato, comovia-se até as lágrimas.

De volta ao Brasil Barros Júnior tentou a sorte como solicitador e professor de latim na sua terra natal, até empregar-se como representante da Remington/FNL, o que lhe permitiu unir o útil ao agradável: a representação comercial foi um passaporte para o futuro escritor viajar pelo Brasil inteiro e entrar em contato direto com caçadores e pescadores.

E foi o que ele fez por muitos anos, com notável intensidade: Barros Júnior percorreu literalmente o Brasil do Oiapoque ao Chuí, explorando seus mais recônditos recantos. Não eram viagens confortáveis a pontos turísticos de destaque ou a campos de caça já suavizados pelas mãos do homem, mas verdadeiras aventuras a lugares pouco conhecidos e visitados. Percorreu o país de Norte a Sul, de Leste a Oeste, nos mais diversos e às vezes precaríssimos meios de transporte: à cavalo, de automóvel, de carona na boléia de caminhões, à bordo de barcos fluviais (as famosas “gaiolas” e “vaticanos”, veteranas do Mississipi vendidas aos brasileiros), em pequenos vapores de cabotagem, de bote a motor, de canoa, de avião. Caçou desde os pampas do Sul às florestas da Amazônia, passando por todos os ecossistemas do Brasil: o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga.


Era um verdadeiro e fanático caçador, que não desprezava ou menoscabava qualquer atividade cinegética: perseguia veados no corso, caçava perdizes e codornas com cães, participava da versão cabocla das montarias, caçava no pio inambus, urus, macucos e jaós. Também pescava, mas quase como uma alternativa quando não fosse caçar. Abateu praticamente todas espécies de interesse cinegético no Brasil, de o­nças a singelas cutias.

Esse era o Barros caçador; restam o escritor e o naturalista que também habitavam o mesmo corpo. Aparentemente o escritor começou por publicar artigos em jornais como o “Comércio de Campinas”, a “Folha da Manhã” e em revistas especializadas, como a “Caça e Pesca”. Entretanto, só em 1945 – quando o autor já era sessentão – surge o primeiro volume de sua série de maior sucesso, “Caçando e Pescando Por Todo o Brasil”. Entre 1947 e 1952 saem os outros cinco volumes da série, condensados depois em diferentes números de tomos conforme a edição. Os livros foram um considerável sucesso na época e tiveram inúmeras edições; além deles, Barros se aventurou brevemente no terreno da ficção (Tragédias Caboclas, 1955) e, com muito maior sucesso, na literatura infanto-juvenil, com a série “Três Garotos/Três Escoteiros”.



Foi através desta série, aliás, que eu tive meu primeiro contato com Barros Júnior. E sentindo às vezes uma prévia da sensação de caçar na espera, porque eu costumava ocultar o livro dentro da carteira e ficar lendo sub-repticiamente durante as aulas dos meus terceiro e quarto anos do primário, um olho na professora e outro na página. Eram muito bem escritos, bem ilustrados e emocionantes, e numa época o­nde a qualidade importava mais do que as besteiras politicamente corretas seus livros chegaram a ser comprados em massa pelo governo e distribuídos em escolas públicas.

“Três Garotos / Três Escoteiros” era uma meia ficção, misto de experiências vividas pelo próprio Francisco e seus dois filhos e sobrinhos descendo de barco as principais bacias hidrográficas brasileiras e de boa história de aventuras, com personagens como o dinamarquês Gigante e lances emocionantes como encontros com o­nças, sucuris e cobras venenosas, passagens de perigosas corredeiras, perdidas na mata, etc. E os personagens não eram mini-adultos precocemente traumatizados como em certas obras de hoje em dia, mas três veros escoteiros de antanho: bravos, leais e destemidos, mas ainda assim crianças.

Mas falemos do principal: a série “Caçando e Pescando” não é simplesmente uma coletânea de narrativas cinegéticas, mas um verdadeiro Atlas escrito do Brasil, um retrato fiel e minucioso do país na primeira metade do Século XX. Entre muitas e boas narrativas de caçadas e pescarias fala-se ali um pouco de tudo: das cidades, dos acidentes do relevo, dos rios, dos tipos humanos, dos bichos. Desses, aliás, fala-se minuciosamente: Barros Júnior se comprazia em identificar cada espécie de ave, mamífero ou peixe, não só os que caçava e pescava como os que encontrava por suas andanças. Tal era o talento desse naturalista amador que seu trabalho inspirou uma recente tese científica, que como só a acontecer em obras dessa natureza tem o comprido título de “A contribuição de Francisco de Barros Jr. ao conhecimento da fauna de vertebrados da região sul do Brasil”.

Para sua sorte, Barros Júnior viveu num Brasil diferente e pode em vida colher vários louros por sua obra: além do sucesso de vendas, “Três Escoteiros em Férias no Rio Paraguai” ganhou em 1961 o mais prestigioso prêmio da literatura brasileira então, o Prêmio Jabuti de Literatura. Barros passou a apresentar um programa semanal sobre caça na Rádio Excelsior de São Paulo, e a apresentar palestras e conferências pelo Brasil. Posteriormente, tornou-se patrono de uma cadeira na Academia Jundiaiense de Letras, hoje ocupada por sua nora, Aparecida Mariano de Barros.

Quem o conheceu ainda se lembra de um homem culto, poliglota e educado mas de simplicidade cativante no trato, de estatura mediana, pele clara e límpidos olhos azuis. Era um atirador exímio, e em suas peregrinações como representante comercial dava shows de tiro atirando diversos objetos para o ar e acertando-os com uma pistola Woodsman .22 antes que caíssem no chão. Outros narram seu desconcertante hábito de caçar e pescar de pijamas; e alguns se recordam de sua paixão pela radiestesia.

Com notável senso de timing, Barros Júnior deixou este mundo no dia 19 de setembro de 1969, lúcido e ativo até o fim.

E por que o timing? Simples: sua partida nessa hora oportuna, quando as coisas ainda eram diferentes, impediu-o de ver sua memória enxovalhada ou deliberadamente negligenciada por imbecis.

É certo que para os padrões atuais Barros Júnior não era um paladino da ética venatória: matava peças demais, atirava de muito longe com calibres pequenos, e cometia (e confessava com honestidade) outros pequenos pecadilhos. Mas são outros tempos, e outros costumes: aposto que se continuasse vivo seria um caçador dos mais éticos.

Mas a hoplofobia e a gritaria dos antis conseguiram banir a série “Caçando e Pescando” das estantes das livrarias; ouvi falar até mesmo de uma mãe que se insurgiu contra a presença de um dos livros dos “Três Escoteiros” numa biblioteca escolar por causa das histórias de caçadas; o pior foi alguém ter lhe dado ouvidos. (Por outro lado, um livro flagrantemente obsceno foi distribuído por engano a escolas primárias de São Paulo e ninguém reclamou até que o próprio autor e a imprensa denunciaram o caso).

Por sorte, ainda existe mesmo por aqui muita gente sensata: não conheço um bom biólogo ou ecologista de verdade que não tenha orgulho de sua cópia vetusta e coçadinha de “Caçando e Pescando”. O mais ilustre é Cláudio Valladares Pádua, Whitley Prize (o “Oscar” da ecologia, da Royal Geographic Society) de 1999.

Mas as cópias vão ficando mais raras e mais coçadas: a última edição de “Caçando e Pescando” é, salvo engano, de 1980. Nem as vinte e oito mil entradas no Google à procura da obra convencem algum editor a reeditar essa obra magistral, que é muito mais do que uma série sobre caçadas, mas também um compêndio de história ambiental, história do Brasil e uma aula de verdadeiro patriotismo.

Se por um lado os livros da série não são tão difíceis de encontrar (foram muitas edições, e algumas reimpressões), achar a série completa é praticamente impossível, e está cada vez mais difícil encontrar algum exemplar intacto (o único que consegui mandei para Mestre Pardal, que mais que merece). E a memória de Francisco de Barros Júnior também vai lentamente se apagando: só recentemente uma alma caridosa (que aparentemente o conheceu em vida) lembrou-se de colocar uma minibiografia dele na Wikipédia. Como todos os seus filhos são falecidos, cada vez haverá menos gente a revelar fatos e segredos sobre o homem; o autor, felizmente, ficou imortalizado nos seus livros.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Vou-me embora pra Pasárgada.


Foi com grande surpresa, e por que não dizer indignação, que li um artigo em uma das maiores e mais conceituadas publicações do Brasil (Revista Veja – ed. 2180 – no 35 – de 1º de set/2010) na matéria intitulada “Especial Cidades: Onde o Brasil mais cresce.” ( pág. 75-131), li o seguinte título: “Negócios quentes em Cabo Frio” (pág. 91). Qualquer Cabo-friense que se preze ficará revoltado com o que o jornalista responsável pela matéria, Sr. Marcelo Sperandio escreveu. O cúmulo da utopia idealizada por esse rapaz começa assim:

“O dinheiro fácil do petróleo pode ser uma dádiva ou uma maldição. A Noruega usou-o para aprimorar ainda mais o seu invejável estado de bem-estar social; a Venezuela o desperdiça financiando uma tirania.”(Até aí tudo bem!) “Cabo Frio, no Litoral Norte do Rio de Janeiro está mais para o exemplo norueguês.”(Aí começou a complicar) “A cidade usa os royalties proveniente da exploração das reservas em sua costa para investir em outro presente da natureza: as praias de águas translúcidas coroadas por areias branquíssimas. O dinheiro recebido das petroleiras vem sendo aplicado na melhorias dos acessos aos principais pontos turísticos, na urbanização das ruas, em iluminação pública e e na atração de investimentos para o turismo” (Aí minha gastrite deu sinal de vida) .....“

Mais adiante, a coisa fica muito pior.

“......No verão os turistas lotam o shopping center local (??????) inaugurado no fim de 2009. Desde 2004 a receita da cidade com o turismo cresceu 50%. Outras áreas como educação e saúde prosperaram.” (Cadê meu sal de fruta?) “Os hospitais e clínicas locais atendem agora pacientes de 17 municípios vizinhos.,,,,”

E, acreditem ou não, tem muito mais de onde veio isso. Esse Sr. Marcelo Sperandio não deve nem ter botado os pés nessa cidade para escrever a matéria. O leitor da revista que lê a sua matéria imagina Cabo Frio como a cidade fictícia de poema de Luiz Fernando Veríssimo que diz assim:

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Amigo Marcelo Sperandio, sinto em te comunicar que Cabo Frio não tem um shopping que possa interessar aos turistas (exceto o shopping da Gamboa que foi inaugurado muito antes de 2009), a educação está largada às moscas e a saúde não consegue atender nem aos moradores daqui, quanto mais das cidades vizinhas. Quanto ao fato do exemplo norueguês, nós estamos mais para o exemplo venezuelano, já que aqui, como lá, o dinheiro também financia a tirania. Ah, esqueci, o único dinheiro que foi aplicado nas praias foi para encher nossa a amada Praia do Forte de pedras.

Bom, a conclusão que cheguei foi a seguinte: Querido Marcelo, isso tudo que você escreveu só seria real se a cidade tema da matéria fosse Pasárgada, mas também, todas essas vantagens só serão vistas se você for AMIGO DO REI.


Abraços......